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- Reportagem especial da série "Venâncio 6 Meses Pós-Enchentes".

A infraestrutura de estradas e pontes também foi muito afetada durante as enchentes de maio. Além da RSC-287, principal ligação entre Venâncio Aires e a região metropolitana, e que teve quase três quilômetros levados pela força das águas, foram 21 pontes total ou parcialmente destruídas no interior e centenas de quilômetros de estradas vicinais danificadas. Seis meses após a catástrofe, o panorama é de recuperação emergencial por parte do Governo Municipal e espera pelas estruturas definitivas anunciadas pelo Governo Federal.

Os pontos de interrupção da RSC-287, que mexeram com a logística de transporte e a economia local, levaram a uma forte mobilização de empresários e do Governo Municipal pela resolução emergencial do trecho. Através da união de esforços, em menos de 30 dias, a Rota de Santa Maria, concessionária que administra a rodovia, investiu aproximadamente R$ 30 milhões na construção do desvio asfáltico provisório que reestabeleceu o caminho.

De lá para cá, acentuou- se os debates sobre o projeto de duplicação da rodovia e a necessidade de construção de pontes secas na região de Vila Mariante e Estância Nova. As alterações atrasaram o início das obras para novembro desse ano e foram acompanhadas pelo governador do Estado, Eduardo Leite. O trecho de 204,5 quilômetros de extensão, entre Tabaí e Santa Maria, possui uma concessão de 30 anos e receberá investimentos superiores a R$ 3,6 bilhões na duplicação.

Já as estradas municipais tiveram estragos ainda maiores e mais complexos. Em quase mil quilômetros de estradas vicinais, foram 63 pontos de deslizamentos e bloqueios, hoje todos já desobstruídos. “Nesse período, colocamos todo o reforço possível de máquinas e caminhões do Município e terceirizados. Num investimento superior a R$ 7,4 milhões, tivemos horas-máquinas cedidas pelo Estado, União e também de recursos próprios, tudo para reestabelecer, o mais breve possível, uma tentativa de trafegabilidade nas localidades mais atingidas”, declara o prefeito Jarbas da Rosa, que assumiu pessoalmente a liderança dos serviços no período.

Para a reconstrução de pavimentações danificadas, especialmente em Vila Mariante, a Administração Municipal já havia cadastrado projetos desde a enchente de setembro de 2023, quando chegaram a ser anunciados recursos na ordem de R$ 9 milhões pelo Governo Federal. Duas novas enchentes

consecutivas, no entanto, mudaram os planos da Defesa Civil Nacional, que bloqueou os valores e, com indicação do Ministério Público, proibiu os investimentos públicos em infraestrutura no local, que deverá ser reservado para a preservação permanente e reconstituição de mata ciliar.

“O próprio traçado da ERS 130 é reavaliado pelo Estado, já que a estrada está muito próxima à margem do Rio Taquari e incentiva seu repovoamento. A

Escola Estadual não receberá mais investimentos naquele local e agora o Município também estuda como reconstruir aquela região com infraestrutura sustentável”, destaca a secretária Deizimara Souza.

Quanto aos prédios públicos municipais, a Unidade de Saúde de Vila Mariante, que já tinha contrato assinado para reforma, teve sua estrutura condenada pela Defesa Civil Nacional. Uma nova construção foi aprovada, no valor de R$ 1,7 milhão, e a Prefeitura já encaminha licitação para a obra em Vila Estância Nova. “Não recebemos autorização para o mesmo local. Então essa nova unidade será construída próxima ao novo loteamento habitacional de 72 casas, em parceria com o Governo do Estado”, acrescenta.

No centro da cidade, a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Closs, também teve sua estrutura condenada pela Defesa Civil. No período, a

Prefeitura realocou alunos para outras escolas, alugou e adaptou um novo prédio para abrigar as crianças. Ao completar seis meses da tragédia, no entanto, o Governo Federal confirmou a aprovação do projeto de uma nova Emei Closs, no valor de R$ 4,7 milhões, que será erguida ao lado da Emef

Benno Breuning.

Investimento em pontes deve superar R$ 15 milhões

Ao todo, 21 pontes foram total ou parcialmente danificadas com a enchente de maio em Venâncio Aires, a grande maioria no Vale do Sampaio e região serrana. Com recursos próprios e parceiras através de material e máquinas, a Administração Municipal reconectou em menos de quatro meses, 19 pontes. Nos últimos dias, a ponte Juventude de Alto Sampaio foi refeita, faltando apenas a ponte de Linha Arroio Grande, que não recebeu intervenção

provisória, já que não isola comunidades, e está em fase de licitação da sua estrutura definitiva. “A ponte de Arroio Grande conseguimos a destinação de emenda parlamentar e estávamos aguardando autorização da Defesa Civil Nacional para a obra. As demais pontes, apesar de reconstruídas as cabeceiras e liberada a passagem de veículos leves, encaminhamos projetos de concerto definitivo e estamos aguardando também o Governo Federal

sinalizar os investimentos prometidos”, finaliza o prefeito Jarbas da Rosa.

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O desafio da recuperação de estradas e pontes no interior